“Será que vai chegar aqui? Será que alguém da minha família vai se infectar?”
Talvez sejam estas as perguntas que você faz a si mesmo em meio à ameaça de uma epidemia generalizada causada pela gripe suína.
Olhando para o passado vemos quão frágeis somos diante de uma pandemia. Calcula-se que entre 20 e 40 milhões de pessoas morreram devido à gripe espanhola em 1918-1919. No Brasil foram registradas em torno de 300 mil mortes, incluindo o Presidente da República, Rodrigues Alves, em 1919.
Mais sombria ainda foi a Peste Negra ou Bubônica que entre 1347-1350 matou cerca de 75 milhões de pessoas, incluindo um terço da população da Europa.
Até o presente momento cientistas estão certos de que a gripe suína se alastrará pelo mundo, mas não sabem quão graves serão os resultados, ou seja, quantas pessoas serão infectadas e quantas morrerão.
É interessante como lidamos com números e estatísticas. Se a previsão é de que apenas 100 pessoas morrerão, todos ficam tranqüilos. Se a previsão é que milhões morrerão, muitos entram em pânico. Às vezes eu fico pensando, de que adianta saber que apenas uma pessoa no mundo todo morrerá de gripe suína no Brasil, se esta pessoa for exatamente um ente querido meu?
O que, então, fazer em momentos de incerteza e insegurança como estes? Como devemos nos portar, sendo filhos de Deus?
A Bíblia nos mostra qual é o nosso papel em nossa sociedade: “...filhos de Deus... no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo.” Filipenses 2:15. O mundo pode se apavorar, mas nós estamos cheios de esperança, visto que não somos cidadãos deste mundo e nossa passagem pela Terra é passageira. O mundo se preocupa com o futuro, mas nós sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Enquanto alguns se isolam para não serem infectados e cada um procura salvar sua própria vida, nós, usando de precaução e dos devidos cuidados, nos empenhamos em ajudar outras pessoas e em demonstrar nossa esperança.
Martin Rinckart foi pastor durante um período de guerras e de peste na Alemanha, no século 17. No ano de 1637 ele teve de fazer o enterro de cerca de 5000 pessoas, 15 por dia, entre elas a sua própria esposa que morreu devido à peste. Algumas décadas antes ele havia perdido dois de seus filhos em um único ano. É impressionante que foi este mesmo servo de Deus que passou por tanto sofrimento é quem compôs o hino que até hoje é muito cantado na Europa:
Dai graças ao Senhor,
Com corações, boca e mãos
Que grandes coisas faz por nós,
Que desde a nossa infância
Tanto bem nos fez.
Essa deve ser a nossa atitude diante de adversidades. Agradecimento e alegria, independentemente das circunstâncias, assim como o profeta Habacuque expressou em seu glorioso cântico: “Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo. A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor. Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos... Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste os gentios. Tu saíste para salvação do teu povo... Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim... ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.
Não deixemos de orar, pedindo a Deus para acabar com a pandemia, e também para que através disto muitas pessoas se arrependam e venham ao conhecimento de Jesus como seu salvador.
Se você ainda não fez o curso “A vida de Jó”, quem sabe é um bom momento para aprender sobre o sofrimento na vida do justo.